Polícia Civil dá detalhes sobre clínicas clandestinas interditadas em Juatuba

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A Polícia Civil deu detalhes sobre o caso envolvendo três clínicas clandestinas interditadas em Juatuba, onde foram resgatados homens e mulheres em condições sub-humanas.

A ação foi realizada em conjunto com a Vigilância Sanitária e a Assistência Social do município. As investigações apontaram que as instituições pertencentes a um mesmo grupo funcionavam sem alvará, utilizando receituários médicos em branco e submetendo pacientes a maus-tratos, cárcere privado e trabalho forçado.

Segundo a chefe do 2º Departamento de Polícia Civil, delegada-geral Gislaine de Oliveira Rios Xavier, a prática configura uma atuação criminosa articulada. “São organizações que visam apenas o lucro, recebendo de R$ 1,5 mil a R$ 2,5 mil de cada família e submetendo pessoas a condições degradantes”, revelou. “Encontramos mulheres dopadas com coquetéis de psicotrópicos, colchões sujos, alimentos com fezes de ratos, sem acompanhamento médico ou social adequado”, completou.

A delegada destacou ainda a crueldade dos métodos empregados. “As chamadas terapias eram, na verdade, agressões físicas, como socos, chutes e até o mata-leão. Muitas vítimas eram obrigadas a trabalhar em lavouras ou a realizar tarefas domésticas quando não estavam amarradas”, acrescentou.

Até agora foram 12 clínicas clandestinas interditadas neste ano pela Polícia Civil na área de abrangência do 2º Departamento, que abrange Contagem, Betim, Mateus Leme e Juatuba.

O grupo, liderado por um homem de 39 anos, movimentava em média R$ 400 mil apenas com as últimas três unidades fechadas em Juatuba.

Os suspeitos captavam vítimas por meio das redes sociais e, em alguns casos, enganavam famílias, impedindo visitas ou transferindo pacientes sem aviso.

“É fundamental que as famílias verifiquem sempre se a clínica possui alvará de funcionamento e realizem visitas frequentes. Também pedimos que vizinhos denunciem situações suspeitas, como gritos e trabalhos forçados em zonas rurais”, pontuou Gislaine Xavier.

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