MP investiga superfaturamento e desvios em contratos de consórcio em Belo Vale e outras cidades

O Ministério Público de Contas de Minas Gerais está investigando possíveis irregularidades em contratos firmados por prefeituras integrantes do Consórcio Público para o Desenvolvimento do Alto Paraopeba (Codap), entre elas a de Belo Vale.

Após denúncias de superfaturamento e desvios na execução de acordos de manutenção de frotas veiculares municipais, foi instaurada a investigação com foco uma ata de registro de preços que previa a prestação de serviços de mecânica e o fornecimento de peças para veículos, máquinas e equipamentos dos municípios consorciados.

Segundo uma denúncia enviada ao MP, um dos municípios do consórcio identificou indícios de sobrepreço em itens adquiridos, com diferenças que chegaram a 256,97% em relação a valores de mercado.

Além do superfaturamento, o Ministério Público de Contas apura a utilização da ata para contratação exclusiva de peças, sem a contratação dos serviços de mecânica previstos originalmente, o que pode ter alterado a lógica de formação dos preços e gerado prejuízo aos cofres públicos.

No caso específico do município de Belo Vale, a denúncia também aponta pagamentos elevados a uma empresa para fornecimento de peças, mesmo com a Prefeitura mantendo contratos com oficinas locais e aluguel de máquinas, apesar de possuir maquinário próprio.

Questionada pelo MP, a Prefeitura de Belo Vale informou que a contratação da empresa foi feita exclusivamente para fornecimento de peças, por meio da ata do Codap, e que, ao identificar indícios de sobrepreço, notificou a empresa para revisão dos valores. Não havendo acordo, as compras foram suspensas e foi iniciado novo processo licitatório. O município também afirmou manter contratos distintos com outras empresas para serviços mecânicos, negando sobreposição contratual.

O Ministério Público de Contas determinou a notificação dos gestores municipais e da empresa envolvida para apresentação de esclarecimentos e documentos.

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