Em Mário Campos, a cultura afrodescendente tem resistido e sido impulsionada pela família de José Izidio, o popular Zé Pretinho, que se autodeclarou como quilombola, reconhecendo no Congado a tradição que liga fé, cultura, ancestralidade negra e território.
“Desde menino acompanho as festas do Rosário. Foi assim que aprendi o valor da fé e da união da nossa gente”, diz Zé Pretinho, hoje com 77 anos.
Descendente de um histórico Quilombo de Brumadinho, a família mantém viva a tradição quilombola por meio das celebrações do congado da sua Irmandade de Nossa Senhora Aparecida.

Há décadas, padres-nossos e ave-marias são embalados pela negra cadência dos tambores e do gunga, formas de lembrar quem são e afirmar sua trajetória. E essa tradição orienta os sentidos de ser Quilombo para Família Zé Pretinho.
Desse modo, as tradições quilombolas são reafirmadas, mantidas e continuadas para o Quilombo Família Zé Pretinho, pela manutenção e preservação das práticas culturais tradicionais do congado.
A autodeclaração da Quilombo Família Zé Pretinho e manutenção da tradição do congado, são atos de resistência e uma afirmação da continuidade de uma cultura negra, que reexiste a partir da ancestralidade e da memória.



