PF investiga projeto para liberar mineração em área protegida da Serra da Piedade em Caeté

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A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União investigam um projeto para liberar mineração em área protegida da Serra da Piedade em Caeté.

As apurações identificaram que o projeto propunha o destombamento da Serra da Piedade, patrimônio cultural e natural protegido pelo Iphan, para a mineração.

O documento foi encontrado durante buscas da Operação Rejeito, na sede da Minerar Participações.

Segundo PF, o parecer criticava o processo de tombamento da Serra da Piedade e fazia parte de uma estratégia para liberar a mineração no local, usando argumentos técnicos como fachada.

A Operação Rejeito foi deflagrada para investigar um esquema de concessão fraudulenta de licenças ambientais e favorecimento a empresas mineradoras mediante pagamento de propina.

A liderança do esquema, conforme apontado pelas autoridades, era exercida por Alan Cavalcante do Nascimento. Ele tinha como sócios João Alberto Paixão Lages e Helder Adriano de Freitas na empresa Mineração Gutesiht, ambos também identificados como articuladores do esquema.

Diversas frentes criminosas foram identificadas na operação, incluindo investidores que injetavam dinheiro para dar aparência legal às empresas, articuladores que faziam a ponte com órgãos públicos, e um setor financeiro responsável pelo controle de propinas, planilhas e contas em nome de laranjas. A estrutura do grupo também contava com apoio jurídico, responsável por contratos e defesas, e gerencial/ambiental, que tratava de documentos com órgãos ambientais e assinava Termos de Ajustamento de Conduta (TACs). Servidores públicos também foram implicados por receberem propina para liberar licenças ilegais.

A operação deflagrada resultou na expedição de 22 mandados de prisão e 79 mandados de busca e apreensão. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 1,5 bilhão. Ao todo, o esquema teria movimentado cerca de R$ 18 bilhões.

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