“Falam que minha filha tinha cabelo de bombril, feio, horrível”. Esse é o relato de uma mãe da Comunidade Quilombola de Rodrigues sobre um caso ocorrido com sua filha de apenas 6 anos de idade em Brumadinho.
A mãe afirma que o caso ocorreu quando a filha volta da aula e as responsáveis pelas agressões à filha foram garotas 8 a 10 de uma outra escola vizinha da Comunidade Quilombola de Marinhos que teriam feito comentários pejorativos quanto ao cabelo da menina.
“Eu estava na casa da minha tia trançando o cabelo dela, quando algumas crianças chegaram falando. Depois minha filha chegou chorando me abraçando e contando do episódio”, relembra.
A mãe afirma ainda que a filha tem tido medo de ir à escola por conta do ocorrido e que procurou pela direção da escola das agressoras e pela Secretaria de Educação para que adotem medidas de conscientização. “Para que pais possam ter consciência e conversar com seus filhos, que somos todos iguais e que cada um tem sua aparência única. E educação vem é de casa”, diz.
A mulher relata ainda que ela mesma sofreu com o preconceito ao longo se sua vida, mas que agora trava essa luta para que a filha não tenha que passar pela mesma situação. “Quando eu era criança, sofri muito com essas coisas. Agora minha filha não. Tem que ter respeito com o próximo”, desabafa.
A Prefeitura de Brumadinho se pronunciou sobre o caso:
“A Prefeitura Municipal de Brumadinho informa que a direção das escolas municipais Antônio Hermenegildo Paiva e Professora Yolandina, tomou ciência de um episódio lamentável sobre a aparência de uma estudante.
A direção entrou em contato com os pais e responsáveis pelas alunas envolvidas, que informaram que as alunas foram devidamente advertidas.
A Prefeitura de Brumadinho reforça que repudia qualquer forma de exclusão, preconceito ou atitudes que desrespeitem a identidade e as características individuais de cada estudante. Por isso, a Secretaria Municipal de Educação desenvolve, de forma contínua, ações educativas que promovem o respeito às diferenças e a convivência harmoniosa nas escolas da rede, buscando prevenir comportamentos que possam ferir a dignidade de crianças e adolescentes.”
